Roger Martin em seu livro Design de negócios desenvolveu um modelo que ajuda a trabalhar as ideias para soluções de problemas.
Ele designou o modelo de funil do conhecimento. São etapas necessárias que se inicia com as ideias até o produto final, ou seja, como as ideias percorrem um caminho até chegar a forma do produto acabado.
A primeira fase do funil consiste na análise de um mistério que assume variedade infinita de formas.
O mistério nasce com uma pergunta; por exemplo: “o que as pessoas gostariam de comer ao acordar antes de ir ao trabalho”? A pergunta já fornece um norte a mente cheia de ideias.
A segunda etapa, denominada de heurística, representa uma compreensão incompleta, mas nitidamente avançada, do que antes era um mistério.
A heurística traz uma resposta: no caso da questão acima: “um produto rico em nutrientes que fosse rápido de fazer”.
A terceira fase consiste em transformar o protótipo construído em produto final. Chegamos, ao algoritmo, último estágio do funil.
O algoritmo é a realização da ideia. “Que tal um saboroso sheik capaz de suprir as necessidades do organismo por horas.”
O modelo de funil do conhecimento mostra o processo de como organizar as ideias confusas até a confecção do produto final.
Ao aprofundar o trabalho de Martin Roger podemos perguntar o que são os mistérios citado na primeira fase do funil e como são construídos?
O filósofo Edmund Husserl nos ajuda nessa empreitada através do conceito de fenômeno.
A expressão fenômeno não faz referência às coisas que nos são incomuns, acontecimentos fora do normal. A expressão também não trata de eventos da natureza.
O conceito de fenômeno faz referência àquilo que se mostra aos sentidos.
O fenômeno quer dizer aquilo que nos afeta. A palavra fenômeno do grego phainomenon, o que aparece quando iluminado pela luz. Do grego o verbo phainesthai, mostrar-se, desvelar-se, apresentar-se.
Nesse sentido, o que aparece iluminado pela razão, ou seja, o direcionamento que se dar ao se fazer as perguntas são ideias que de alguma forma tem algo em comum.
As ideias, segundo Husserl, vêm da experiência humana em seu cotidiano. A experiência nos conduz para além da capacidade do pensamento, ela nos envolve no mundo.
O mundo nos afeta através de fenômenos que a consciência não consegue abarcar. Cabe a consciência organizá-la.
Os fenômenos são reunidos em unidades de sentido. Como exemplo, as propriedades: azul, estrelas, nuvens trazem a ideia de céus. A síntese dos fenômenos que me afetam consiste na redução das propriedades para chegar ao melhor entendimento.
Tais propriedades realizam a síntese na unidade da palavra “céus”. O mundo torna-se de fácil entendimento quando se realiza a síntese fenomenológica, a síntese dos fenômenos que nos afeta.
O eu fenômeno constrói sínteses que possibilitam o entendimento acerca das coisas do mundo. Ele traz a pluralidade na síntese.
O produto final é a realização de muitas sínteses de unidades de sentido.
Podemos dizer que os mistérios são experiências de vida armazenadas em forma de unidades que precisam ser acionadas pela razão (relembrados) para produzir novas sínteses (ideias, formas, pensamentos, produtos acabados etc).
Então, você já sabe: mais experiência de vida, mais conhecimento, mais ideias incríveis!
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