Sabendo que as coisas do mundo só podem ser conhecidas através da razão, é possível conceber o instinto como forma de conhecimento?
O filósofo Henri Bergson mostra que é possível.
Ele dirá que o instinto e a razão são duas formas de conhecimento que se complementam.
Bergson apresenta o conhecimento dos instintos como conhecimento imediato das coisas.
O conhecimento instintivo deve ser encontrado naquilo que fala por si e somente por si; ou seja, naquilo que não se constitui como objeto; por outros termos, na coisa em sua forma bruta.
O conhecimento do instinto ocorre de forma não consciente. Ele está presente, fora do alcance da inteligência, por meio de sensações que percorrem o corpo de maneira silenciosa e intensa.
O conhecimento da inteligência realiza-se de forma consciente. Ele se comunica com o mundo produzindo ciência. O cálculo matemático precisa do raciocínio, não se faz cálculo intuitivamente.
A inteligência em sua finitude não consegue penetrar à natureza da coisa. Somente o conhecimento do instinto pode captar a essência da natureza.
Bergson acrescenta instinto e intuição como formas de conhecimento, ampliando as fronteiras da ciência além da razão.
O instinto como algo inato (do latim instinctus, “instigação, impulso”). O impulso vital em que todos os seres vivos possuem como forma de sobrevivência.
Intuição, conhecimento que chega involuntariamente (do latim intuitio, “um olhar, uma consideração”).
O conhecimento instintivo amplia a compreensão de mundo para além da razão. A sua natureza, a razão não pode penetrar.
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